O Interno
O inverno insiste em se sobrepor, coloca suas manguinhas de fora, e exibe todo o seu frio, de gelar as canelas, ou melhor O Canela.
A cena trata-se de uma chuva fina, esparsa e lânguida. Faz-se enganar a todos que a vêem de frente a janela, prestes a por o pé para fora de casa, aplicando a falsa ilusão da sua inocência. Pequenos passos, poucos metros e toda roupa já está terrivelmente úmida, colada junto ao corpo. Os guarda-chuvas já pouco pode fazer frente a inclinação que os gotejos assumem.
A tosse torna-se um ruído comum, quase sinfônico, sendo cada vais mais escutado em todos os ambientes. O céu ganha tons acinzentados e nuvens a se movimentar. O vento ensaia assovios a cada esquina a ser dobrada.
Realmente é um clima para poucos, torna-se caro sobreviver a ele. É preciso munir-se, usar de subterfúgios para driblar essas adversidades, um bom e grosso agasalho, tocas, luvas, mantas..., além de equipar os ambientes com lareiras, estufas e aquecedores. Imagine a idéia de morar na rua, por mais que a necessidade o leve a essa posição, pelo menos que seja em uma cidade com clima mais ameno e tropical, pois ninguém merece desgraça tão grande na vida.
Assim o inverno vai nos cercando, de forma a não deixar dúvidas sobre quem dá as cartas do jogo. Acabamos ficando internos em nossas próprias casas, reféns do que acontece ao lado de fora. Só nos passa a idéia de dormir e esperar que tudo acabe logo, e a vida continue. Mas ainda virão muitos dias pela frente, então é melhor preparar tudo antes, pois pior é passar por isso e ainda por cima ficar doente.
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