Monday, September 12, 2005

Réfem

Eu não sou refém,
Sou arquiteto de um crime descoberto,
A minha desgraça é meu egoísmo
E você insiste nesse cinismo hipocondriaco
Você não é um desafortunado
A parteira insistiu em abortar
sua mãe, valente, disse que esse iria nascer
Sem mágoa nenhuma escolheu você,
e se pôs a descansar em paz
Nada na vida é obra do acaso,
Seu descaso é quem constroi sua desgraça
Não cruze os braços, se quer ser injustiçado,
Mãos-a-obra seja crucificado e suba na cruz
A vida não é um palco, muito menos picadeiro
Se você quer viver desse padecimento,
Seja pelo menos original
Não recorra a nomes e entidades,
Trilhe seu caminho, longe da sua cidade natal
Experimente algo novo, o dissabor do anonimato
Pensamentos exprimem incompetências
Suas ações refletem mudanças, evolução
Nada precisa ser agonizado,
Estenda sua mão e verá que tudo pode ser mais fácil.

"Isso é apenas um anseio de prosperidade."

Sunday, September 04, 2005

Destinos em Trânsito



"Destinos em trânsito,
Almas descarrilhadas
Pessoas perdidas
E um bilhete suicida."



Os trilhos vão passando
com eles o trem vai andando
e minha vida na carona, seguindo
com um destino muitas das vezes indefinido.
Por caminhos escuros,
por modos impuros.

Entre escadas rolantes
e roletas russas.
Passo por túneis e pontes
Esperando uma luz que não chega.
Cada passo vai sendo seguido
por um silêncio estúpido.

Entre pontos e paradas
partidas e chegadas.
Meu tempo vai passando
onde não tem motorista
como um vagão desgovernado
vai sumindo sem deixar pistas.